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10 de outubro de 2021

O Barco, o Copo e o Gato (...ou sobre Fazer, Ser e Sentir)

 O Barco (Fazer)

Feito um barco que ruma para um ideal de compartilhamento, respeito e harmonia, repartir as penas, os pesos, as alegrias e a leveza, pode parecer um grande desafio em meio as águas revoltas. 

Trocar de lugar, intercalar as remadas, dividir os remos e coordenar as remadas para sair do lugar são ações que aparecem como solução, pois, apenas com organização, ritmo e cooperação o barco a remo sai do lugar, da estagnação. 

Dividir a labuta e assumir uma nova viagem, de modo cooperativo, para substituir o que era disputa, o que era pesado, o que feria, o que estagnava, é uma opção. 

Remar para mudar, para deixar fluir a vida de uma forma mais leve e gostosa de ser vivida e dividida é uma decisão. 

O "fazer" dará certo com tranquilidade e união.


O Copo (Ser) 

O copo cheio de água límpida, nova, leve, lembra que a água é vida, é sobrevivência. Ela hidrata e renova as folhas das plantas. Serve tanto para limpeza quanto para manutenção da vida. 

Ser o copo que recebe essa água, que logo é esvaziado para matar a sede, e, estar preparado para ser enchido novamente é um exercício de humildade e doação. 

Ser seu próprio reviver e sua própria renovação é um exercício de coragem. 

Ser a manutenção da vida é um desafio constante. 

Cuidar da água que encherá esse copo e ao mesmo tempo ser a hidratação necessária, na dose certa, todos os dias é um ato de amor, 

É deixar transbordar um novo Ser.


O Gato (Sentir) 

Reavaliar o que magoou, reescrever a história, reinventar caminhos, entrelaçar vivências, repartir felicidades, 

É aceitar que ainda há tempo de resgatar bons sentimentos, lembranças alegres e momentos de união. 

É tomar G[atitudes] de ver com olhos de felino e enxergar na escuridão a luz necessária para caminhar sem esbarrar ou se machucar nos obstáculos; 

De andar com leveza, destreza e elegância; 

De ser paciente a espera de ser atendido; 

De usar o olhar doce para expressar necessidades e intenções; 

De ronronar (ou frufruzar) para mostrar que está confortável e feliz; 

De demonstrar gratidão e brincar, brincar muito, com a alma limpa de quem quer apenas vivenciar cada momento, tendo seu território, mas dividindo-o e transpondo-o para conhecer novas áreas e explorar o novo que se apresenta tão assustador; 

De não ressentir, mas, pressentir e sentir com muita intensidade, novas e boas vibrações.


Reflexões após uma sessão de terapia familiar com o Psicólogo Felipe Gallonetti. O barco, o copo e o gato foram esculturas feitas com massa de modelar colorida, por três pessoas, de acordo com a necessidade de expressão no momento. Eu esculpi o copo. Gosto da simbologia desse objeto. 

(Leila Rodrigues)

4 de setembro de 2020

Falando de amor

    Quando era adolescente, eu fiz uma redação falando sobre o amor. Como todo adolescente é dramático (a maioria é), falei dos infortúnios do amor.

    Outro dia, agora já muito, muito adulta, conversando com um amigo, ele percebeu e comentou sobre a acidez em que eu me encontrava. De nossa conversa, eu refleti que ser ácida, às vezes, é bom, impõe limites, cria defesa, mostra nossa indignação frente a alguns problemas ou acontecimentos. 

    Porém, a acidez não pode matar o amor que está em nossa essência, ele me alertou. E dessa forma conseguiu interromper uma parede que se formava a minha frente, como desculpa para minha proteção. E ele me sugeriu escrever sobre o amor.

    Eu penso que cultivar o amor é importante, assim como cultivar a empatia e a compreensão também é. 

    Nos últimos tempos temos visto e lido muita intolerância, aspereza, acidez, injustiças e a lista de coisas ruins é enorme, e, quanto mais nos tornamos ácidos, mais alimentamos essa lista. Ela é crescente e está difícil diminuí-la.

    Precisamos urgentemente trocar alguns momentos de lamúrias por outros de ações que tragam-nos um sentimento bom, algo que não nos coloque para baixo, com vontade de desistir.

    Temos que deixar o amor ser maior que qualquer sentimento ruim. As atrocidades do mundo não podem matar nossa docilidade, nossa esperança e nossa vontade de fazer o bem. 

    E lembrando um poema que escrevi sobre Sentir, Ser e Estar Pedra, arrisco-me a dizer que Estar ácido, de vez em quando, é bom, é uma reação de indignação. Mas, Ser ácido, constantemente, pode sufocar ou até mesmo matar o amor que trazemos e isso é perigoso porque é ele que nos move e ele que nos proporciona os momentos felizes que geram nosso equilíbrio. 

    Não deixemos, então, que nossa acidez sufoque e mate nosso amor. Estar ácido faz parte, nos fortalece. Ser ácido, corrói e nos mata. 


Leila R. F. Silva


(Obrigada, Felipe Galloneti)





17 de maio de 2015

Moringa

Moringa - Leila Rodrigues - Acrílica sobre tela.


          Na folha de uma revista eu vi uma moringa, de cerâmica, cansada de ser usada. Porque não lhe dar uma roupa nova, um colorido especial que a mostre em toda a sua importância? Afinal, ela carrega a água: elemento essencial para manutenção de nossas vidas. E ela a deixa fresquinha, ótima para o consumo. 
          Apropriei-me de sua imagem e a tornei alegre, especial. Sim, especial, com todo o colorido que representa a vida: cores fundamentais, que formam todas as outras e representam o princípio. 
          Moringa, água, cores primárias... representadas com simplicidade, porque o gostoso da vida é ser descomplicado.

18 de novembro de 2011

O Mar

Foto de Sérgio Ferreira da Silva - Litoral norte de S. Paulo
Estava pensando no mar... em quanta inspiração ele nos traz.
Recordei as cores: o verde, o azul, o branco das espumas.
Imaginei a vegetação, o céu limpo, o desenho da renda das espumas.
Espumas... e nesse desenho abstrato que elas formam, meu pensamento continua a vagar.
Assim como vagam as ondas, vagam os meus pensamentos...
O mar... com seu dourado leve ao amanhecer e alaranjado ao entardecer.
Pode haver coisa mais importante que observar essa beleza?
Sim, mas nada se compara ao prazer que esse olhar detalhado nos causa, tornando-nos mais sensíveis, mais humanos e mais abertos para apreciar belezas contidas em pequenos instantes. Como esse, em que a água é tingida por diversas cores, conforme o momento, o tempo ensolarado ou nublado. Mas está tudo lá... muda a forma de perceber,
conforme o que se apresenta no momento.
O mar... e essas águas que vêm e vão, que bailam, que mudam constantemente.
Como é rico observar o mar e aprender com esse olhar!

(Leila Rodrigues)

Saudade

Foto de Sérgio Ferreira da Silva - Litoral norte de S. Paulo
Parece sentimento velho, triste, que exala cheiro de mofo...
Porém, a saudade que sinto não é assim.
É apenas um sentimento que deseja o retorno de momentos bons.
Coisas marcantes ou insignificantes que se tornaram importantes com o passar do tempo.
Não é sentimento ruim de perda, mas, sentimento que quer rever esses momentos, para com outros olhos, outro coração, vivenciá-los intensamente.
Saudade... são tantas coisas, pessoas, instantes, vida percorrida em alegria ou tristeza.
Saudade... saudade... saudade...
Estarei envelhecendo?
Pois que seja... tenho saudade de bons momentos que trago guardados não só na mente, mas também no coração.
Esses momentos ficaram incrustados como pedras preciosas em jóias.
Eu amo jóias e amo observar cada detalhe da beleza das jóias.
Saudade é como joia e os momentos preciosos estão lá, guardados no coração e na memória.
Voltarei sempre para revê-los e apreciar sua beleza.
(Leila Rodrigues)

2 de agosto de 2010

Soneto de Vicente de Carvalho

Velho Tema

Só a leve esperança, em toda a vida,

Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que é uma grande esperança malograda.


O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada,
E que não chega nunca em toda a vida.


Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,


Existe, sim; mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos,
E nunca a pomos onde nós estamos.

23 de março de 2010

Dividindo a Paz

Trago nos olhos a paz, porque ela instalou-se em mim, desde quando eu era uma criança. Brotou feito uma planta...

Trago o peito sereno, repleto de boas intenções. São elas que fazem germinar uma boa relação.

Trago a cabeça despreocupada, confiante e segura. Sei que para existir paz no mundo, essa paz deve emanar de cada um.

Se quero um mundo de paz, começo a lutar por minha paz interior e a vou estendendo a quem estiver próximo. Essa corrente toma forma e ganha espaço.

Por isso, trago a paz em meu olhar, desarmo minhas palavras, visto meu coração de compreensão e passo a aceitar as diferenças.

Ninguém é melhor ou pior. Temos costumes, cores ou pensamentos diferentes, mas somos iguais como seres humanos e caminhamos para o mesmo fim.

Porque, então, não caminhamos em paz?

(Leila Rodrigues)

24 de janeiro de 2010

A Reunião (série) - pintura


A reunião I - Leila Rodrigues
A reunião II - Leila Rodrigues
A reunião III - Leila Rodrigues
Essa série foi concebida no último ano da Faculdade de Educação Artística, sétimo semestre de Artes Plásticas, sob a orientação de meu estimado Mestre, o artista Antonio Valentim Lino. Ele posou ao lado da modelo que nos serviu de inspiração. A reunião das imagens, em um estudo de composição, registra a presença de Lino nas duas primeiras pinturas aqui mostradas.

17 de janeiro de 2010

Flor no Hexágono - pintura

Flor no hexagono - Leila Rodrigues
Descobri uma certa leveza ao desenhar formas geométricas. Aqui, um dos vários estudos que fiz utilizando o Transferidor. Fiquei encantada com as possibilidades de composição que esse instrumento oferece e quase que freneticamente, iniciei meus estudos. Tornou-se uma paixão.

Solidão - pintura

Solidão - Leila Rodrigues
Representação, em lápis de cor, da pintura original feita com pastel seco, em 1990. Uma de minhas preferidas, devido à simplicidade e grande eloquência dos símbolos aqui utilizados.

Sereia - pintura

Sereia - Leila Rodrigues
Peixe ou Sereia? Devo confessar que a princípio pensei em fazer um peixe e este acabou transformando-se em sereia. Um exercício de composição com pontos, linhas e formas deu origem a essa pintura.
O desenvolvimento, o processo de criação é repleto de mudanças. São dúvidas que surgem, questionamentos sobre cores, desistência da idéia inicial e... nesse processo vivo de inconstância e incerteza é que reside a verdadeira alma da Arte.
Minha primeira intenção era de denúncia, um peixe sucumbindo e algas vermelhas, como sangue, dançando com a corrente marítima. Então alguém muito especial me perguntou... mas peixe solta bolhas? Oh... boa pergunta! Toda uma ideologia foi por água abaixo e... sem saber ao certo se existe peixe que solta bolhas e sem disponibilidade para pesquisas, pois na época não existia o Google, deixei meu peixe de lado e investi na sereia. Dei-lhe o nome de Sereia, mas, a pintura possui em sua alma, características de peixe e... pensando bem... sereia também não é peixe? Metade mulher, metade peixe... uma dualidade, uma indecisão?

O Portal - pintura

O portal - Leila Rodrigues
Essa pintura, sem dúvida, é a minha preferida, de todas que produzi até hoje. Ela carrega a simbologia da luta entre matéria e espírito. Quando surgiu como ideia, não poderia ser explicada por palavras, era muito intensa... precisava ser representada através da pintura. Gosto de ouvir as possíveis interpretações a respeito dela: são muito ricas. Todos os elementos nessa composição tem seu significado, nada é meramente estético. Colunas, ruínas, posicionamento das silhuetas, progressão das cores, contraste, textura, tudo forma um contexto a ser explorado pelo espectador. Fique à vontade para comentar sua interpretação, sem receio de erro ou acerto.

O Beijo - pintura

O beijo -  Leila Rodrigues

Muitos artistas fizeram uma representação de um casal se beijando e chamaram-lhe "O beijo". Os mais conhecidos, sem dúvida alguma, são Rodin e Gustav Klimt. Alguém menos conhecida se aventurou a essa representação também: eu. Provavelmente influenciada por tantos beijos representados na História da Arte, o meu veio carregado de simbologia. Essa pintura é para ser decifrada não apenas pelos olhos e mente, mas principalmente pelo coração. Boa leitura!

Intensa


Em alguns momentos gosto de me expressar através do desenho ou da pintura, porque sinto a necessidade de usar formas e cores para representar idéias e sentimentos.
Em outros momentos, as palavras se tornam necessárias, então, procuro combiná-las, fugindo de regras, criando versos livres e expondo meus pensamentos.
Em "Intensa" estava em um estado que posso chamar de "estado de glória", porque senti a necessidade de expressar-me dos dois modos, sendo que, forma e cores não eram suficientes, assim como, somente palavras também não eram. Algo em mim gritava tão intensamente que, somente a união entre forma, cor e palavras foi a solução para expressar "Intensa".

3 de janeiro de 2010

...Nova Fase...


NOVO ANO, NOVA FASE... NOVAMENTE...

Lá se vai mais um ano...
Ano vivido com intensidade de emoções: amor, ódio, esperança, desânimo, fé, incredulidade, alegria, tristeza. Todo sentimento possível, batido no liquidificador e tomado em doses, às vezes, excessivas.
Parece-me que quanto mais vivo, mais fardos e dúvidas surgem em meu caminho.
As reflexões tornaram-se necessárias quase que diariamente.
Gostaria de ter vivido esse ano com mais calma, mas não nego a importância das turbulências que cruzaram meu caminho. São necessárias para aprendizagem... mas será que já não aprendi o suficiente? Parece que não...
De qualquer forma, fecho o ano menos poética, menos sentimental e não sei se isso é bom ou ruim. Minhas emoções adormecidas, anestesiadas, dando lugar à lógica - Sra. Spok.
Penso e repenso sobre tudo o que vivi e percebo que só temos tristezas porque nos permitimos sentir tristeza. Somos frágeis, porque nos permitimos o sentimento de auto-piedade. Ter pena de si mesmo e lamentar, é acomodar-se aos fatos e concordar em ser dirigido em vez de dirigir a própria vida.
Me pergunto: porque sou obrigada a submeter-me à felicidade de outras pessoas - sentimento nobre, bonito - mas, e a minha, onde fica? Guardada para uma outra oportunidade? Pensamento egoísta? Feio? Não... pensamento lógico.
Cansei-me dos vampiros emocionais, daquelas pessoas que nos sugam a alegria e toda força vital. Cansei de carregar meu irmão, como cantava na música dos Hollies, He ain't heavy, he's my brother. Infelizmente, não aguento mais carregar meus irmãos e pior que isso, não tenho mais paciência.
Desejo para o próximo ano, tranquilidade, respeito e sentimentos calmos. Dividir e não ser explorada. Amar e não ser sugada. Oferecer a mão e não cair com o peso de quem estou ajudando. Ser forte para permanecer sã. Aceitar que o mundo nunca foi um paraíso, mas que podemos fazer de alguns momentos esse paraíso. Ter amigos reais, que me aceitem com minhas críticas ou elogios. Ter ao meu redor pessoas amáveis, de boa índole, que saibam sorrir mais do que zangar. Ser sábia o suficiente para distinguir pessoas boas de pessoas más. Ser uma pessoa boa, simples, e acima de tudo amiga, na medida certa.

(Leila Rodrigues)

Meu "inventário" do ano 2009 e expectativas para 2010.

22 de outubro de 2009

Pedra

Às vezes me sinto pedra...

Pedra: por ser dura, forte, impenetrável.

Pedra:  fácil de ser conduzida, quando estou pequena; e difícil de ser movida, quando estou grande e pesada.

Pedra: que por fora é rústica, mas por dentro guarda um tesouro; que se torna linda ao ser polida, mas que aos olhos de alguns, mesmo sem o polimento, tem beleza na simplicidade, na aspereza.

Pedra: que não fala, não emite sons - será? - ...mas emite energia.

Pedra: que pode ser usada como arma e também como cura.

Pedra: quando entro em contato com a natureza e estranho não me sentir folha, flor, água ou ar, mas... algo tão duro, fechado, antigo.

Às vezes sou pedra... 

Quando evito sentimentos, nego sonhos, rejeito oportunidades.

Há sempre uma desculpa para ser ou sentir-se pedra...

Sentir-se pedra é uma aspiração, um estado emocional, uma idealização de fuga.

Ser pedra é fechar-se para tudo e todos, é guardar seu tesouro para si mesmo, esconder-se até que alguém lhe quebre e veja o tesouro que há por dentro. É a fuga.

Hoje estou pedra.

(Leila Rodrigues)

12 de outubro de 2009

Starry Night e Via Láctea

Starry Night - Vincent Van Gogh



Via Láctea

"Ora (direis) ouvir estrelas!Certo
Perdeste o senso!"E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um manto aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em prantos,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvidos
Capaz de ouvir e entender estrelas."

Olavo Bilac

22 de setembro de 2009

Uma das jóias de Schmidt

(Picture by Somewhere In Time) 

POEMA


Repousarei na tua memória a minha imagem
Quando chegar a noite
E o vento me arrastar para os largos espaços,
repousarei na tua memória a minha imagem
E estarei em ti pousado,
como a cor da superfície dos mares;
E estarei em ti como a emoção nas lágrimas;
E estarei em ti como a saudade nos olhos imóveis.
Irá da minha imagem
para a tua compreensão
o sentimento do meu mistério,
o ignorado segredo dos movimentos do meu ser.
E ficarei em ti, iluminado,
e distante,
e serei como a luz inútil,
Como a lanterna balançando
nas pequenas estações passadas,
nessa longa viagem sem termo.

(Augusto Frederico Schmidt)

ooOoo



Adoro esse poema de Schmidt e adoro o filme Em Algum Lugar do Passado. Aliás, tenho o dvd do filme, o livro e o cd da trilha sonora. Vale a pena conhecer os três. São belíssimas obras de arte. O livro é rico em detalhes, o filme em poesia e a trilha... nossa... essa faz viajar no tempo.
Conheci o poema de Schmidt ainda em época escolar, quando cursava o 1º grau. Desde então, esse poema acompanhou-me vida afora, gravado em minha retina. Quando assisti o filme Em Algum Lugar do Passado, vi  a intensidade do poema na cena em que Richard Collier admira a fotografia de Elise McKeena. Resolvi, então, fazer uma pequena homenagem ao poema e ao filme, jóias raras em meu pequeno baú cultural.

Para maiores informações sobre o livro, filme e trilha sonora, siga o link:http://catalivrosromances.blogspot.com/2006/10/leia-veja-e-oua.html#links
Para maiores informações sobre a obra de Schmidt, siga o link:

21 de agosto de 2009

Arte Maior

Observar o mundo
ou pequenos mundos - detalhes,
Sonhar novas possibilidades
ou impossibilidades - utopias,
Planejar detalhe por detalhe,
Imaginar a forma,
Imprimir texturas,
Impregnar de cores
Ou simplesmente improvisar...
Não sou artista,
Sou professora de Arte,
A Arte maior: ensinar.
Pensando melhor... sim, sou artista!

(Leila Rodrigues - 21.08.09 - 7:30)

Sementes

Eu planto sementes...
Sementes de Arte
Que crescem em toda parte
E as mudas,
Não aparo nem moldo
Deixo-as crescerem livres
Mas aponto-lhes caminhos.
Eu planto palavras...
Que ecoam por toda parte
Palavras de Arte.
Não sou de atos,
Sou mais pensamentos
Mas esses espalham e
Multiplicam-se em atos de outros.
Eu planto sentimentos...
Sentimentos de Arte
Que brotam em toda parte.
Quando uma semente morre
Quando a palavra se cala
Eles continuam a brotar
Dentro do meu olhar.

(Leila Rodrigues - 21.08.09 - 7:00)

19 de agosto de 2009

Coisas Flutuantes


Liberdade - Leila Rodrigues 

Às vezes me pego pensando sobre coisas...
Coisas que parecem flutuar...
Que ficam entre a realidade e a fantasia
Difíceis de explicar ou classificar

São vontades, expectativas, fatos...
Suspensos em uma frágil fração de tempo
Seguindo-me paralelamente
Surgindo a todo momento

A aventura faz parte do ser humano
Em grau menor ou maior,
É ela que nos faz evoluir, ir além do conhecido
Desbravar mares, matas e espaços

Quem em sã consciência exploraria
Mares raivosos ou o espaço infinito?
Por que, então, eu não poderia
Explorar o meu íntimo?

São sentimentos que surgem novos e grandiosos
Misto de medo e deleite
Mas são próprios do ser humano,
Da mais genuína força: o instinto.

Desato todos os nós
Que me prendem ao que não quero
Hoje posso dar-me esse presente
De ser “eu” verdadeiramente.

Não há laços que me prendam
Não há pedras em meu caminho
Minhas mãos são ferramentas
Que dão vida ao meu destino

Meus pés ganham asas
Quando a cabeça as requer
Não firo, nem desacato
Apenas sou Mulher.

(Leila Rodrigues - 28/05/09)

Balanço de Final de Ano

Vejo os dias passando diante de meus olhos: observo cada movimento; cada olhar e escuto todos os pensamentos.
Penetro em olhares, atravessando-os para atingir, além da matéria, a essência de cada um.
Rio e choro. Brinco e trabalho. Amo e sou amada, ou odiada.
Sigo minha vida sem entender o porquê da violência, da maldade e da inveja.
Como é bom chegar até aqui e ver tudo de bom que conquistei.
Como é ruim chegar até aqui e ver tudo de mau que já enfrentei.
A vida é uma jornada interessante e trago boas lembranças das pessoas que cruzaram meu caminho e me ensinaram coisas diferentes.
Não tenho riquezas materiais, mas, espirituais, tenho de sobra.
Meu sorriso é meu cartão de visitas.
Minha lealdade, o cartão de permanência.
Meu coração aberto, meu cartão de amizade vitalícia.
Se você é do bem, entre e fique à vontade para repartirmos impressões e vivências.
Se não é, passe, aproveite a boa energia e transforme seus pensamentos.
Precisamos de mais pessoas boas no mundo, para vencermos a violência e a escuridão.

(Leila Rodrigues)

Um balanço feito ao final de 2008

Eu

Foto de Leila Rodrigues - Eu

Eu...

Um vazio profundo
uma rota alterada
uma espada sem fio
uma lágrima derramada

Uma força desmedida
uma forma insensata
uma página já lida
uma história descartada

Uma vida refletida
por atos calculados
Se a dor me vem aturdir
Fiz por onde e assumo os fatos

Se meus erros são tão grandes
Se a paixão move meus atos
Não fujo e pago o preço
De todos os meus pecados

Vida é intensidade
vida é verdade
vida é criatividade
vida é autenticidade

Prefiro ser ousada do que ser Amélia, a mulher de verdade
Prefiro ser rebelde, do que tecer calmamente um tapete
Prefiro meu sangue quente correndo pelas veias em situação de risco, do que a morna sensação do conforto.

A vida é uma só
e deve ser vivida com
intensidade
sabor
prazer
amor
lazer
imaginação.

Se não for para ser vivida assim,
melhor que se faça o enterro,
porque uma vida sem emoção, não é vida... é morte em vida.

E essa é a pior morte.

(Leila Rodrigues)

3 de outubro de 2007

Assim Mesmo

Às vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas...
Perdoe-as assim mesmo!
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro...
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns amigos verdadeiros...
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo...
Seja honesto e franco assim mesmo!
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra...
Construa assim mesmo!
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja...
Seja feliz assim mesmo!
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã...
Faça o bem assim mesmo!
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso nunca pode ser o bastante...
Dê o melhor de você assim mesmo!
E veja você que ao final das contas... É entre você e Deus...
Nunca foi entre você e eles!

(Kent M. Keith)

OBS: Quando postei este texto pela primeira vez, havia creditado a autoria à Madre Teresa de Calcutá. Algum tempo depois percebi meu erro e agora estou desfazendo o serviço de desinformação que prestei. Na verdade, a confusão de autoria se deu pelo fato de Madre Teresa ter usado o texto em uma parede da casa de acolhimento para crianças Shishu Bhavan. O texto correu o mundo como sendo seu, mas é uma adaptação de um texto de Kent M. Keith, escritor norte-americano, autor do poema The Paradoxical Commandments.

https://www.amazon.com.br/Anyway-Paradoxical-Commandments-Finding-Personal/dp/0425195430





16 de agosto de 2007

Uma trova ecológica

Queimado, o arbusto parece
ter, nos galhos, a expressão
de mãos que, postas em prece,
rogaram clemência... em vão!

(Antônio de Oliveira - Rio Claro/SP)

15 de agosto de 2007

Manifesto do Rio Negro, Pierre Restany e Frans Krajcberg

Frans Krajcberg é o símbolo da luta contra as queimadas. Sua luta pela preservação da floresta amazônica é um exemplo de persistência. Tenho verdadeira admiração por ele, não só como artista, mas, principalmente, como o grande homem que é. Frans Krajcberg é incomparável. 

Que sua luta se ramifique e obtenha resultados antes que seja tarde! 

Para conhecer um pouco mais de sua trajetória clique aqui
Para entender porque a partir de 1978 tornou-se um ecologista, leia o Manifesto do Naturalismo ou Manifesto do Rio Negro, escrito por Pierre Restany,.

Outras fontes contam sua história:
Pitoresco e Wikipedia.

Inspire-se!











14 de agosto de 2007

Livro

Frans Krajcberg: arte e meio ambiente
Autor: Roseli Ventrella e Silvia Bortolozzo
Editora: Moderna

Sinopse:"Este livro apresenta a poética de Frans Krajcberg, grande escultor de nosso tempo. Solidário com as grandes causas que envolvem o destino do ser humano no planeta, Krajcberg coloca sua arte a favor das relações estéticas e éticas que permeiam a cultura e a natureza. De suas esculturas monumentais e singulares ecoam gritos de revolta, de denúncia por um equilíbrio ambiental e pelo fim da dizimação de nossas florestas. Seus troncos queimados já viveram e já foram férteis num passado próximo, o Krajcberg, por meio de sua arte, os faz renascer e reviver para a posteridade." 

(Sergio Caribé)

Franz Krajcberg

Reportagem sobre Franz Krajcberg postada no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=wyugT6tiDSg

Uma vida dedicada à preservação da natureza.