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10 de outubro de 2021

O Barco, o Copo e o Gato (...ou sobre Fazer, Ser e Sentir)

 O Barco (Fazer)

Feito um barco que ruma para um ideal de compartilhamento, respeito e harmonia, repartir as penas, os pesos, as alegrias e a leveza, pode parecer um grande desafio em meio as águas revoltas. 

Trocar de lugar, intercalar as remadas, dividir os remos e coordenar as remadas para sair do lugar são ações que aparecem como solução, pois, apenas com organização, ritmo e cooperação o barco a remo sai do lugar, da estagnação. 

Dividir a labuta e assumir uma nova viagem, de modo cooperativo, para substituir o que era disputa, o que era pesado, o que feria, o que estagnava, é uma opção. 

Remar para mudar, para deixar fluir a vida de uma forma mais leve e gostosa de ser vivida e dividida é uma decisão. 

O "fazer" dará certo com tranquilidade e união.


O Copo (Ser) 

O copo cheio de água límpida, nova, leve, lembra que a água é vida, é sobrevivência. Ela hidrata e renova as folhas das plantas. Serve tanto para limpeza quanto para manutenção da vida. 

Ser o copo que recebe essa água, que logo é esvaziado para matar a sede, e, estar preparado para ser enchido novamente é um exercício de humildade e doação. 

Ser seu próprio reviver e sua própria renovação é um exercício de coragem. 

Ser a manutenção da vida é um desafio constante. 

Cuidar da água que encherá esse copo e ao mesmo tempo ser a hidratação necessária, na dose certa, todos os dias é um ato de amor, 

É deixar transbordar um novo Ser.


O Gato (Sentir) 

Reavaliar o que magoou, reescrever a história, reinventar caminhos, entrelaçar vivências, repartir felicidades, 

É aceitar que ainda há tempo de resgatar bons sentimentos, lembranças alegres e momentos de união. 

É tomar G[atitudes] de ver com olhos de felino e enxergar na escuridão a luz necessária para caminhar sem esbarrar ou se machucar nos obstáculos; 

De andar com leveza, destreza e elegância; 

De ser paciente a espera de ser atendido; 

De usar o olhar doce para expressar necessidades e intenções; 

De ronronar (ou frufruzar) para mostrar que está confortável e feliz; 

De demonstrar gratidão e brincar, brincar muito, com a alma limpa de quem quer apenas vivenciar cada momento, tendo seu território, mas dividindo-o e transpondo-o para conhecer novas áreas e explorar o novo que se apresenta tão assustador; 

De não ressentir, mas, pressentir e sentir com muita intensidade, novas e boas vibrações.


Reflexões após uma sessão de terapia familiar com o Psicólogo Felipe Gallonetti. O barco, o copo e o gato foram esculturas feitas com massa de modelar colorida, por três pessoas, de acordo com a necessidade de expressão no momento. Eu esculpi o copo. Gosto da simbologia desse objeto. 

(Leila Rodrigues)

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