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4 de setembro de 2020

Falando de amor

    Quando era adolescente, eu fiz uma redação falando sobre o amor. Como todo adolescente é dramático (a maioria é), falei dos infortúnios do amor.

    Outro dia, agora já muito, muito adulta, conversando com um amigo, ele percebeu e comentou sobre a acidez em que eu me encontrava. De nossa conversa, eu refleti que ser ácida, às vezes, é bom, impõe limites, cria defesa, mostra nossa indignação frente a alguns problemas ou acontecimentos. 

    Porém, a acidez não pode matar o amor que está em nossa essência, ele me alertou. E dessa forma conseguiu interromper uma parede que se formava a minha frente, como desculpa para minha proteção. E ele me sugeriu escrever sobre o amor.

    Eu penso que cultivar o amor é importante, assim como cultivar a empatia e a compreensão também é. 

    Nos últimos tempos temos visto e lido muita intolerância, aspereza, injustiças e a lista de coisas ruins é enorme, e, quanto mais nos tornamos ácidos, mais alimentamos essa lista. Ela é crescente e está difícil diminuí-la.

    Precisamos urgentemente trocar alguns momentos de lamúrias por outros de ações que nos tragam um sentimento bom, algo que não nos coloque para baixo, com vontade de desistir.

    Temos que deixar o amor ser maior que qualquer sentimento ruim. As atrocidades do mundo não podem matar nossa docilidade, nossa esperança e nossa vontade de fazer o bem. 

    E lembrando um poema que escrevi sobre Sentir, Ser e Estar Pedra, arrisco-me a dizer que Estar ácido, de vez em quando, é bom, é uma reação de indignação. Mas, Ser ácido, constantemente, pode sufocar ou até mesmo matar o amor que trazemos e isso é perigoso porque é ele que nos move e ele que nos proporciona os momentos felizes que geram nosso equilíbrio. 

    Não deixemos, então, que nossa acidez sufoque e mate nosso amor. Estar ácido faz parte, nos fortalece. Ser ácido, corrói e nos mata. 


Leila R. F. Silva


(Obrigada, Felipe Galloneti)





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